quinta-feira, 7 de agosto de 2014

INTUIÇÃO E ANALOGIA

INTUIÇÃO
A intuição é um conhecimento imediato -alcançado sem intermediários -,um tipo de pensamento direto, uma visão súbita. Não necessita de demonstração.

Do latim intuitione, formato a partir da união de "in-" (em, dentro) e "tuere" (olhar para, guardar).

A intuição sensível ou empírica, associada aos nossos sentidos,  é o conhecimento que direto das qualidades sensíveis do objeto externo, odores, cores, paladares, texturas, distância, dimensões. É psicológica, pessoal, individual, relativa ao sujeito com suas experiências, lembranças, imagens, sentimentos, desejos e percepções.

Ao contrário, a intuição intelectual é universal, pois nos remete aos princípios da razão (identidade, contradição, terceiro excluído, e razão suficiente).

Como lembra Marilena Chauí, em seu livro Convite à Filosofia: "Quando penso: “Uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo”, sei, sem necessidade de provas ou demonstrações, que isto é verdade. Ou seja, tenho conhecimento intuitivo do princípio da contradição. Quando digo: “O amarelo é diferente do azul”, sei, sem necessidade de provas e demonstrações, que há diferenças. Vejo, na intuição sensível, a cor amarela e a cor azul, mas vejo, na intuição intelectual, a diferença entre cores. Quando afirmo: “O todo é maior do que as partes”, sei, sem necessidade de provas e demonstrações, que isto é verdade, porque intuo uma forma necessária de relação entre as coisas".

Na alegoria da Caverna, em que Platão usa uma metáfora para alertar quando nos detemos na intuição empírica. Os prisioneiros da caverna são iludidos pelo conhecimento que vem dos sentidos  não percebem que o que contemplam são apenas sombras. Somente a razão pode abalar as certezas e nos livrar as algemas do senso comum derivado dos sentidos e, assim saindo da caverna, intuiremos as ideias perfeitas à luz da verdade.

Para Bergson , Intuição significa apreensão imediata da realidade por coincidência com o objeto.

Descartes, escreveu um exemplo clássico de conhecimento intuitivo em seu livro Meditações Metafísicas:  “Cogito, ergo sum”, isto é, “Penso, logo existo”. Todos nós sabemos que estamos pensando e esse conhecimento é imediado, independe de provas ou argumentação e a partir dessa primeira certeza, de que pensa ele conclui que existe, refutando o discurso dos céticos de que não podemos ter certeza de nada.

“Por intuição entendo não a confiança flutuante que dão os sentidos ou o juízo enganador de uma imaginação de más construções, mas o conceito que a inteligência pura e atenta forma com tanta facilidade e distinção que não resta absolutamente nenhuma dúvida sobre aquilo que compreendemos; [...] Deste modo, cada qual pode ver por intelectual que existe, que pensa, que um triangulo é limitado só por três linhas, um corpo esférico por uma única superfície [...]”. (DESCARTES In Regras para a direção do Espírito)

Para exemplificar a intuição racional pode ser citado o clássico exemplo da descoberta da força de empuxo por Arquimedes: “um corpo imerso num líquido recebe um empuxo (força) dirigido para cima, igual ao peso do líquido deslocado. Quando o empuxo supera o peso o corpo flutua no referido fluido” (AMALDI 1997).

Contam os livros que o sábio grego Arquimedes o descobriu enquanto tomava banho, quando procurava responder a Hierão, rei de Siracusa, se sua coroa era realmente de ouro puro. O rei mandou fazer uma coroa de ouro e, para isso, contratou um artesão, que recebendo boa quantia de dinheiro e o ouro necessário, aceitou o trabalho.

Conforme descreve DOCA et al (2001), o artesão executou o trabalho com  perfeição e entregou a coroa no prazo estabelecido. No entanto, o rei suspeitava que o ourives o enganara não utilizando ouro puro, então, pediu a Arquimedes que investigasse o caso.



Durante um banho “revelador”, Arquimedes observou que, à medida que seu corpo mergulhava na banheira, a água transbordava. Concluiu, então, como poderia resolver o problema da coroa e foi para a rua gritando: "Eureka, Eureka!", que em língua grega quer dizer descobri. Assim, pegou um vasilhame com água e mergulhou um pedaço de ouro, do mesmo peso da coroa, registrando o quanto a água tinha subido. Fez o mesmo com um pedaço de prata, onde percebeu que o ouro não deslocou tanta água como a prata. Isto é, o nível da água subiu mais com a prata do que com o ouro. Inserindo a coroa na água, notou uma elevação no nível da água mais do que o ouro e menos do que a prata. Tanto a coroa, quanto o pedaço de ouro e quanto o pedaço de prata utilizada por Arquimedes tinham todos o mesmo peso. Entretanto, como a densidade do ouro é maior do que a da prata, o pedaço de ouro ocupa um volume menor que o pedaço de prata de mesmo peso. Se o pedaço de ouro possui menor volume, então o mesmo deslocou um volume menor de água do que o pedaço de prata. A coroa, sendo feita de uma mistura de ouro e prata, possuía uma densidade média entre o ouro e a prata. Arquimedes constatou, então, que a coroa havia sido feita com uma mistura de ouro e prata o que condenou o artesão



REFERÊNCIAS:
Links:
O PAPEL DA INTUIÇÃO NAS DESCOBERTAS E INVENÇÕES CIENTÍFICAS

ANALOGIA
O termo analogia (ἀναλογία) deriva da preposição grega aná, que indica extensão, estender, levar de um lugar a outro, prolongar; e do substantivo lógos, razão, conhecimento, proposição, palavra.

Usamos o raciocínio analógico quando percebemos a semelhanças e, baseado nela, chegamos a uma outra proposição particular. Diferente da dedução e indução em que uma das proposições é geral, na analogia elas são particulares.

Quando dizemos A está para B, assim como C está para D, estamos fazendo uma analogia entre os termos, assim podemos dizer os pés estão para a cabeça como o o chão está para o teto.

A maioria das nossas inferências (conclusões) do dia-a-dia ocorrem por meio da analogia, em geral partindo de experiências anteriores. É bom lembrar que assim como a indução a analogia não oferece certeza, mas probabilidades de algo acontecer.

Durante o renascimento se propagou o axioma analógico: ubi eadem ratio, eadem dispositio, ou seja, onde existe a mesma razão, deve existir a mesma disposição.

Os juristas usam a analogia para justificar a aplicação da solução de um caso concreto  para outro, não regulado pelo ordenamento jurídico, mas que guarda certa semelhança o mesmo, como no caso do viúvo, pai de recém nascido, que conseguiu na justiça o direito á licença maternidade:

“Embora não exista previsão legal e constitucional de licença paternidade nos moldes de licença maternidade, esta não deve ser negada ao genitor, ora impetrante”, escreveu a juíza no texto que ampara a decisão. “Isto porque o fundamento deste direito é proporcionar à mãe o período de tempo integral com a criança, possibilitando que sejam dispensados a ela todos os cuidados essenciais, a sua sobrevivência e o seu desenvolvimento”, afirmou.

Exemplos de analogia:

Comprei um camisa tamanho M em uma loja e ela serviu perfeitamente, provavelmente a maioria das camisas deste tamanho vestirão bem no meu corpo.

Rutherford imaginou por analogia que os elétrons giravam em torno do núcleo da mesma forma que os planetas giram em torno do Sol.

Alexander Fleming descobriu a penicilina ao notar que bactérias cultivadas em laboratório morriam em contato com o bolor que se formara por acaso. Raciocinando analogicamente, supôs que bactérias que causavam doenças ao corpo humano também pudessem ser destruídas por bolor.


REFERÊNCIAS:
Links:
Alexander Fleming descobre a penicilina
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/1237/conteudo+opera.shtml

Viúvo, pai de recém-nascido, obtém licença maternidade
http://www.conjur.com.br/2012-fev-12/viuvo-pai-recem-nascido-direito-licenca-maternidade



Exercícios:

Grupos de no máximo 5 alunos

Conforme o sorteio do grupo Discuta com seus colegas a questão abaixo,  e poste aqui no Blog, com nome dos alunos e a turma, as conclusões do grupo.

  1. Precisamos raciocinar para saber que alguém é mortal?
  2. Precisamos usar argumentos para saber que pensamos?
  3. Precisamos empregar o conhecimento discursivo para saber que a calça é azul, se estamos vendo que ela é azul?
  4. Podemos conhecer o que se passa na mente de alguém, sem que ela nos dê algum sinal?
  5. Converse com as pessoas que conhece e descreva pelo menos um exemplo de ideia súbita ou intuição para resolver algum problema.
  6.  Qual a diferença entre o sentido da intuição para o senso comum e para a filosofia
Prazo final para as postagens: 03/11/2014.

QUIZ Raciocínio Analógico
http://www.mundosimples.com.br/quiz-exercicios-analogicos-volume2.htm



9 comentários:

Unknown disse...

Iago Duarte
Camilo Peccinali
Guilherme Alves

1ºB


2: Precisamos usar argumentos para saber que pensamos?

Não. Pois, por intuição, nós sabemos que podemos pensar.

Anônimo disse...

4- "Não, trata-se de uma falácia ,pra podermos deduzir e concluir algo não falacioso sobre alguém, precisamos que a pessoa nos doe informações (obviamente verdadeiras) ou expresse com sentimentos ou atitudes para que ao menos tentemos fazer uma dedução sobre a mesma.
A mente é algo abstrato que apenas a pessoa proprietária da mesma consegue decifrar o que se passa nela sem precisar mostrar sinais(é claro que isso pode se tornar difícil caso a pessoa possui alguma limitação mental) caso contrário ninguém consegue" ler " e decifrar as informações da mente de alguém. É claro que existem estudos que vêm tentando mostrar o contrário, mas por via das dúvidas a melhor opinião a ser seguida é dizer que apenas o proprietário da mente tem esse controle do que se passa lá sem receber sinais.
Logo, a conclusão que temos é que se a pessoa consultada demonstrar sinais sobre o que se passa em sua mente é possível sim,caso contrário ,não.
Há quem confie que com a Hipnose podemos sim analisar a mente da pessoa sem sinais ,mas como este método não é comum em nosso meio ,não podemos descartar a opinião abordada acima."
Acadêmicos: Victor Broseghini, Raiane Dos Santos,Gabrielle Zanotti, Luzia Carolina e Mariana.
Turma : 1° ano "E"

Anônimo disse...

Resposta 5° questão): A fechadura do meu quarto não se fechava. Então, após reparar bem, de imediato, percebi que não haveria necessidade de cortar o contra testa da fechadura, teria apenas que virá-la de cabeça para baixo. E foi isso que fiz, sem medidas exatas apenas virei de cabeça para baixo e resolvi este "problema" com minha intuição. Outro coisa que se resolve com intuição é quando nossa mãe percebe que o tempo está se fechando e ela nos pede para levarmos uma sombrinha. Em quase todas as vezes chove, e assim, conseguimos não se molhar apenas seguindo a intuição de nossa mãe.
Grupo: Bárbara, Isabela, Alef, Gabriel.
Turma: 1° "E"

Unknown disse...

1°E
DEYVET
ELIZA
SARA


2)Precisamos usar argumentos para saber que pensamos?

R: Não, pois nós somos seres humanos e todos seres humanos pensam porque somos considerado seres ou animais racionais que tem a capacidade de pensar e não agir em extinto como os animais irracionais. Isso seria uma Lógica pois nos pensamos a todos momento então não precisamos de um debate para saber que nos pensamos.

Unknown disse...

pergunta 3- Nao,Uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo, sei, sem necessidade de provas ou demonstrações que a calça é azul,
que isto é verdade tenho conhecimento intuitivo do princípio da contradição,porque intuo uma forma necessária de relação entre as coisas.
aluno: Brenda Krause, Ana Caroline Ferreira, Joao Guilherme
1anoF

Unknown disse...

GRUPO:
Yara
Felipe
Rita de Cássia
Elizabeth
Lucas Correa

Turma:
1 Ano D

7)Crie 3 exemplos de analogia.

1º Assim como a vaca está para o bezerro, a galinha está para o pintinho.
2º Assim como o lápis está para a borracha, a água está para o peixe.
3º Assim como a câmera está para a foto, o computador está para o teclado.

Ederval disse...

1- Sim, pois qualquer questão, para ser respondida, deve-se usar a lógica.
1°f
João Victor
Eric
Joziara
Gabriel

Anônimo disse...

3- não. pois desde pequeno nos aprendemos ha raciocinar e identificar cores então quando ha vemos , nos lembramos de analogia da devida cor no objeto.
Grupo:Debora f.Passinato , Eliza Lempke , Leonardo de Sa , LEONARDO Bossaneli, Matheus francisco.
turma 1D .

Unknown disse...

Grupo: Lorraine Klipel Kanke e Luriana Dos Santos Pieper
Turma: 1°F
4) Na minha opinião Não, pois o ser humano não é capaz de desvendar o que se passa na mente de outra pessoa sem nem menos saber de algum conceito,nem um psicólogo que tem por profissão essa função teria este dom. Assim também afirma João Teixeira " se alguém pudesse abrir meu cérebro e examiná-lo,não verias estrelas coloridas nem uma vaca amarela.Veria apenas neurônios e tempestade elétrica ocorrendo".