quarta-feira, 18 de abril de 2012

Questões Filosofia Política: Maquiavel, Hobbes e Rousseau



1. (ENEM 2010) O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros que, por muita piedade, permitem aos distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo
MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo. Martin Claret, 2009.

No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a monarquia e a função do governante. A manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na

A) Inércia do julgamento de crimes polêmicos.
B) Bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
C) Compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.
D) Neutralidade diante da condenação dos servos.
E) Conveniência entre o poder tirânico e o moral do príncipe.


2. (IFPE 2009) Sobre o pensamento político de Maquiavel pode-se afirmar:

A) Maquiavel reconhece, nem sempre claramente, os limites do conceito de bem e, por isso, não tenta reduzir o conhecimento político ao escopo de uma metafísica.
B) A harmonia ou a vida social sem conflito deve ser o fim da política, sob pena de condená-la ao âmbito do improfícuo.
C) A virtù designa o elemento central para a manutenção da ordem civil, pois ela transcreve a ação arbitrária do Estado contra os indivíduos.
D) Para Maquiavel, o Estado republicano, por ser o Estado ideal, poderia prescindir da coação.
E) Para Maquiavel, a legitimidade do príncipe é irrestrita pelo fato do seu poder emanar de Deus. 
3.   (Universidade da Amazônia – 2008)
Sobre o pensamento político, há inúmeras questões e respostas elaboradas ao longo da história. Das formulações mais célebres do pensamento político e seus autores, está correto dizer que: 
1-    para Jean-Jacques Rousseau, em sua obra o Leviatã, o Estado é comparado a uma criação monstruosa do homem, destinada a pôr fim à anarquia e ao caos da comunidade primitiva.
 2- para Thomas Hobbes, quando os interesses egoístas predominam, cada um se torna um lobo para o outro (homo homini lupus). As disputas provocam a guerra de todos contra todos (bellum omnium contra omnes), com graves prejuízos para a indústria, a agricultura, a navegação, o desenvolvimento da ciência e o conforto de todos.

3- Nicolau Maquiavel recusa a figura do bom governo encarnada no príncipe virtuoso, portador das virtudes cristãs. O príncipe precisa ter virtu, mas esta é propriamente política, referindo-se às qualidades do dirigente para tomar e manter o poder, mesmo que para isso deva usar a violência, a mentira, a astúcia e a força.
4- John Locke desenvolve uma teoria socialista que desmistificou a política liberal. Para ele, as relações fundamentais de toda sociedade humana são as relações de produção, que correspondem a um certo estágio das forças produtivas. 
São corretas as afirmativas:
A) 1, 2, 3 e 4. 
B) 2 e 4, somente. 
C) 1 e 3, somente.
D) 2 e 3, somente. 
E) 1 e 2 somente
4. Mas há sempre algum altruísmo nas pessoas. Serão valores embutidos em nossa cultura por um legado religioso? Ou um impulso inato, recebido da natureza ao nascer? Sangue, e rios de tinta, ainda não responderam a essa pergunta. No século 18, J. J. Rousseau, invertendo muitos séculos da visão pessimista do homem naturalmente pecador e mau, embutida na tradição cristã, substituiu-a por uma ideia oposta: a do homem que nasce virtuoso, e degenera na sociedade. É o "bom selvagem", uma das contribuições iniciais da descoberta do Brasil ao pensamento europeu.
Segundo o texto, J. J. Rousseau:
A) Afirmou que o homem é naturalmente pecador e mau, mas, devido à tradição cristão, quando nasce virtuoso, degenera na sociedade.
B) É o bom selvagem que contribuiu para a descoberta do Brasil.
C) Errou, ao inverter a visão da Igreja, que sempre acreditou ser o homem virtuoso, mas degenerador da sociedade.
D) Contradisse a tradição cristã, ao afirmar que o homem nasce virtuoso, e a sociedade o corrompe.
E) Contribuiu para a descoberta do Brasil, ao afirmar que o selvagem que aqui habitava era naturalmente bom.

5. (UFSM-PEIES) “Todavia, como é meu intento escrever coisa útil para os que se interessam, pareceu-me mais conveniente procurar a verdade pelo efeito das coisas, do que pelo que delas se possa imaginar. E muita gente imaginou repúblicas e principados que nunca serviram nem jamais foram reconhecidos como verdadeiros. Vai tanta diferença entre como se vive e o modo por que se deveria viver, que quem se preocupar com o que se deveria fazer em vez do que se faz aprende antes a ruína própria, do que o modo de se preservar.” (O Príncipe, de Maquiavel.) Nessa passagem, Maquiavel mostra que o domínio das ações humanas, no qual está incluída a política, deve ser concebido sob uma perspectiva realista.
Sobre essa maneira de conceber a política, é possível afirmar:
I. A política deve sempre ser pensada a partir de modelos ideais e da busca de soluções definitivas.
II. A política deve valorizar as experiências e os acontecimentos.
III. Concebe-se que a política deve se regular pelo modo como vivemos e não como deveríamos viver.
IV. Defende-se que a política deve ser orientada por valores universais e crenças sobre como deveria ser a vida em sociedade.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
a) I e II apenas.
b) I, II e III apenas.
c) II e III apenas.
d) III e IV apenas.
e) IV apenas.

6. (UFU) Muito citado, Nicolau Maquiavel é um dos maiores expoentes do Renascimento e sua contribuição determinou novos horizontes para a filosofia política.
 A respeito do seu conceito de virtú, analise as assertivas abaixo.
I. A virtú é a qualidade dos oportunistas, que agem guiados pelo instinto natural e irracional do egoísmo e almejam, exclusivamente, sua vantagem pessoal.
II. O homem de virtú é antes de tudo um sábio, é aquele que conhece as circunstâncias do momento oferecido pela fortuna e age seguro do seu êxito.
III. Mais do que todos os homens, o príncipe tem de ser um homem de virtú, capaz de conhecer as circunstâncias e utilizá-las a seu favor.
IV. Partidário da teoria do direito divino, Maquiavel vê o príncipe como um predestinado e a virtú como algo que não depende dos fatores históricos.
Assinale a ÚNICA alternativa que contém as assertivas verdadeiras.
a) I, II, e III.
b) II e III.
c) II e IV.
d) II, III e IV.

7. (UEL) “O direito de natureza, a que os autores geralmente chamam de jus naturale, é a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação de sua própria natureza, ou seja, de sua vida; e conseqüentemente de fazer tudo aquilo que seu próprio julgamento e razão lhe indiquem como meios adequados a esse fim.” (HOBBES, Thomas. Leviatã. Trad. João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1974).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o Estado de natureza em Hobbes, considere as afirmativas a seguir.
I. Todos os homens são igualmente vulneráveis à violência diante da ausência de uma autoridade soberana que detenha o uso da força.
II. Em cada ser humano há um egoísmo na busca de seus interesses pessoais a fim de manter a própria sobrevivência.
III. A competição e o desejo de fama passam a existir nos homens quando abandonam o Estado de natureza e ingressam no Estado social.
IV. O homem é naturalmente um ser social, o que lhe garante uma vida harmônica entre seus pares.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.

8. (UFU) Thomas Hobbes escreveu que:
“Uma lei de natureza (lex naturalis) é um preceito ou regra geral, estabelecido pela razão, mediante o qual se proíbe a um homem fazer tudo o que possa destruir sua vida ou privá-lo dos meios necessários para preservá-la, ou omitir aquilo que pense poder contribuir melhor para preservá-la”. (HOBBES, Thomas. Leviatã, São Paulo: Nova Cultural, 1988. Coleção “Os Pensadores”.p.79).
Assinale a alternativa correta.
a) A condição natural do homem é a perfeita harmonia em relação ao seu semelhante.
b) A lei primeira e fundamental da natureza é procurar a paz e segui-la.
c) No estado de natureza, os homens são governados pela razão divina.
d) No estado de natureza, o homem não tem direito a todas as coisas, por isso, ele tem segurança.

9. (UFSM) Na citação: “- Chama-se gato uma ligação elétrica clandestina entre a rede e uma residência. Usualmente, o gato infringe normas de segurança, porque é feito de pessoas não-especializadas. O choque elétrico, que pode ocorrer devido a um gato malfeito, é causado por uma corrente elétrica que passa através do corpo humano – ”.
Observamos no trecho um problema de ordem política e econômica. Considere a teoria política hobbesiana, que afirma:
“Onde não há propriedade não pode haver injustiça e onde não foi estabelecido um poder coercitivo, isto é, onde não há Estado, não há propriedade, pois todos os homens têm direito a todas as coisas”
Assim, a prática dos “gatos”, uma vez que vivemos sob o regime de um Estado, implíca uma
I. injustiça porque lesa o direito à propriedade privada.
II. injustiça porque as ligações clandestinas representam um perigo para as pessoas.
III. ilegalidade por desobedecer à legislação do Estado sobre a propriedade privada.
Está(ão) correta(s):
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) apenas I e III
Bom exercício!
J